17 de setembro de 2015

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Você só pensa. E diz: Não pensa, não pensa, não pensa. Mas só de tentar esquecer você já lembra. Só de tentar ignorar, quer mais ainda. Alguns hábitos nunca mudam mesmo. Algumas saudades são eternas. Algumas mudanças na rotina fazem falta. E que falta. As vezes a distância ajuda. As vezes. Nem sempre. Machuca. E como. Tolice a minha talvez, é que algumas coisas são inevitáveis. Sou do tipo de pessoa que sempre se importa um pouquinho mais e de pouquinho em pouquinho, só piora. Digo não pensa e já tô pensando. Tenho mania de desejar coisas que são impossíveis e que não estão ao meu alcance. No fundo sei que sou a mesma menina, sem tirar nem por. Alguns hábitos nunca mudam. Algumas saudades nunca findam.

16 de setembro de 2015

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É estranho escrever depois de tanto tempo. Passou- se muito tempo, em relação a datas e números, mas sabe aquela sensação que o tempo só passou ao seu redor? Muita coisa aconteceu, mas nem muita coisa mudou. Sou a mesma pessoa, na maioria das vezes. Só meio diferente agora, meio menina, meio mulher. Meio o tempo todo. Não que alguém se importe, sem drama, também não sou uma pessoa infeliz, tenho tudo o que uma pessoa precisa. Ou quase tudo. Aquela sensação de que falta alguma coisa nunca me abandona, aquela sensação que tem alguma coisa faltando que eu não sei o que é, ou sei, mas escondo na maioria das vezes.
Na verdade, qual o sentido de esconder alguma coisa? É como tentar esconder falhas do rosto com maquiagem. Ou outros vão pensar que sumiu ou que não existe coisa alguma, ás vezes até eu me convenço que não exista. Mas quando o dia acaba, o riso finda e a noite trás aquela pontada de medo que eu sinto. Medo de não conseguir o que quero. Medo de perder pessoas. Medo de perder. É o que mais prevalece. Então percebo que não importa o tanto que eu tenta esconder, apagar ou fingir que não existe. Quando a maquiagem escorre, eu fico exposta comigo mesma do meu verdadeiro eu. O eu que eu vou carregar para sempre. Foi grande demais. Foi absurdo. Não vai sumir.
A verdade é que só uma coisa é capaz de desatar a capa de frieza que se formou em mim. Coisa que talvez nunca vou ter. Mais que por mais que eu tento para que não, é a única coisa que tem força sobre mim. E pode passar 100 anos, não tenho controle e não vou ter. É o diferente. É o único. Foi o único.
O tempo só passa pra trazer maiores responsabilidades, maior distancia, esquecimento. Ás vezes seria bom voltar no tempo. Ver o que era pra comparar com o que me tornei. Na maioria das vezes ninguém entende mesmo. Meus gostos, minhas paixões. Sempre vai existir críticas não é mesmo? É difícil encontrar alguém que senta e ouve e te entende. É difícil encontrar alguém que saiba ou desconfie que por trás do que sou por fora, exista apenas uma menina. Uma menina assustada. Confusa. Complicada. Sozinha. É difícil se sentir sozinho a meio a tanta gente. No meio da confusão.
Esse é o tempo. Faz você se tornar o que não queria. Faz sentir medo do que não podia. Faz amar o que não devia. Ou quem não devia.